O terror italiano já tinha em Mario Bava (A Máscara de Satã) um dos grandes nomes do cinema em seu país antes que, em 1977, Dario Argento (Prelúdio Para Matar) lançasse sua obra-prima Suspiria. Com o passar do tempo a produção ganhou ares de produção cult, mas não perdeu seu charme nem sua história deixou de ser esquecida pelos fãs do gênero, que hora ou outra incluem o longa em listas de melhores filmes já feitos, e não estão errados, pois Suspiria é sim um filme de horror fantástico.
A beleza do longa italiano está justamente em sua história, em que trata sobre uma garota chamada Suzy Bannion (Jessica Harper) que vai estudar dança em uma consagrada escola artística na Alemanha. Lá se vê envolvida em situações macabras e bizarras e descobre que há uma aliança de bruxas seculares na escola e que estão ali apenas para causar o mal em quem atrapalha seus planos.
O principal fator que deixa Suspiria tão envolvente e maravilhoso é a abordagem escolhida por Dario Argento para desenvolver toda a trama. Coloca a protagonista descobrindo aos poucos o que está acontecendo no lugar, vai dando pitadas de que há algo de errado no local, colocando acontecimentos estranhos envolvendo outros personagens, como o homem cego que é atacado por seu cão, ou a amiga de Suzy que se torna paranoica por achar que algo a está perseguindo. Todos esses fatores são feitos com base em um roteiro muito bem estruturado, que sabe quais caminhos tomar e Argento o faz com maestria, instaurando pânico e terror ao passo que a trama é apresentada.
Esse universo construído por Argento leva a um terror espontâneo. Não é preciso forçar para deixar o telespectador intrigado no que irá acontecer. A construção do terror se dá em primeiro momento pelo ambiente mostrado, a protagonista está em um lugar que aparentemente não tem saída e que se apresenta bastante sombrio, ainda mais com os acontecimentos que vão surgindo enquanto sua estadia se estende por lá. Esse ambiente é usado como um personagem secundário e com efeito visual incrível, criado pela equipe de direção de arte da produção.
Quem for assistir Suspiria e ficar esperando sustos sairá bastante chateado, mas esse não é o foco principal do longa. Nem sempre é necessário causar sustos e medo para que seja denominado como um filme de terror. O medo aqui está em saber que há uma associação de bruxas que mata as pessoas usando magia. É um horror que mais parece um pesadelo que a protagonista se vê envolvida e que parece não haver um jeito de acordar dele. É daí que vem a importância do final, quando Suzy consegue fugir do local e se sente então livre, é como se estivesse acordando desse sonho ruim.
Dario Argento faz uma bela crítica ao tratar sobre o tema do mundo da arte, mais especificamente sobre o mundo da dança, um lugar cheio de vaidades em que alguns estão lá para dançar, enquanto outros estão lá apenas pensando em riqueza. Isso é mostrado no filme, logo quando Suzy entra para se trocar para sua primeira aula encontra algumas garotas que vão falar com ela, mas sempre sobre dinheiro, e mais para frente um homem especialista em magia também fala sobre esse tema, que as bruxas buscam riqueza pessoal, ou seja, o intuito das bruxas é de se apoderar de grandes riquezas para assim manter seu poder ao longo dos anos.
É uma crítica fascinante sobre o universo da arte que seria um local em que o importante é a riqueza material que propriamente a exposição da arte como fator para elevar a alma. Muitas produções já trataram a respeito desse tema e a referência a Suspiria fica bastante nítida como influência para esses filmes. Um exemplo bastante recente é o interessante Demônio de Neon (Nicolas Winding Refn) que lembra bastante o longa italiano por abordar uma história muito parecida, até mesmo a fotografia tem uma certa semelhança.
Suspiria é uma obra atemporal, feita para durar e ser apreciada por gerações. Não é um terror pensado em impressionar ou em deixar o telespectador preso e angustiado com o que irá ocorrer. O horror apresentado nele é de difícil reprodução e foi muito bem desenvolvido por Dario Argento. É tão bem trabalhada a trama e feita com tanta sinceridade que nem se percebe o tempo passar, quando repara já está no grande final que apenas engrandece o espetáculo recém assistido.
Pawel Pawlikowski é um dos grandes expoentes do cinema Polonês atualmente. Já havia feito um belíssimo trabalho em Ida, tanto que recebeu o Oscar de melhor filme estrangeiro, com uma trama humana e sensível. E parece que o diretor gostou de trabalhar tramas nesse estilo e usa o mesmo formato que o consagrou agora no excelente Guerra Fria.
Diferente do que fez em Ida, em que abordou o passado, Pawel busca em Guerra Fria um jeito de trabalhar o futuro, mas isso contando a história do longa com base na Polônia stalinista e seguindo os protagonistas por todo o período da guerra fria, e apresentando as transformações que cada um irá vivenciar ao longo do tempo. A trama segue Wiktor (Tomasz Kot), um homem enviado até uma região remota da Polônia para encontrar novos talentos no campo da dança e da música, e é nesse cenário que Wiktor se apaixona a primeira vista por Zula (Joanna Kulig).
O amor entre os dois personagens é uma das coisas mais lindas em relação a um romance já presenciada ultimamente no cinema. Pawel cria uma paixão que tinha tudo para ser duradoura e por causa de circunstâncias da vida acaba por tomar outro rumo. O diretor aborda as idas e vindas entre os dois, os encontros e desencontros que acabam ocorrendo ao longo de um dos períodos mais sombrios da humanidade, que foi a guerra fria.
O foco central do roteiro é o romance dos protagonistas, mas esse amor, entre Wiktor e Zula, serve apenas de pano de fundo para mostrar como funcionava o regime totalitário de Stalin, em que pessoas iam embora de certas regiões para fugir da pobreza, também mostra os espetáculos que eram regidos apenas para fazer uma ode ao líder da URSS e para também denunciar práticas abusivas que ocorriam durante o regime, esse último aspecto fica claro na cena em que Wiktor é preso por um motivo banal.
Outro foco que a trama trata, de forma secundária, é a respeito da música e da dança como expressões artísticas usadas como forma de superar a pobreza e de dar um jeito de sair da região e viver em grandes polos culturais, como Paris. Obviamente que a ideia em se mostrar o grupo de cantoras realizando o tour por várias regiões e cantando letras nacionalistas, era o de apresentar o real motivo para que as auditorias fossem feitas nas regiões remotas e também para desenvolver mais o amor entre Wiktor e Zula. Ele a cada momento que a via cantar era como se sua paixão só aumentasse por Zula.
A ideia do diretor, em relação a narrativa, era a de picotar o jeito que conta o romance entre os dois. Isso ocorre bastante a partir do momento que os anos vão passando. É um artifício interessante que Pawel usou para não precisar se alongar nos períodos, os cortando e mostrando os protagonistas se encontrando de tempo em tempo e apresentando as mudanças que vão ocorrendo. Esse jeito em contar a história ajudou a dar maior brilho e agilidade ao roteiro.
A estética de Guerra Fria é outra das belezas encontrada na produção. O jeito que o diretor escolheu para contar a história foi usando o preto e branco, algo que já havia trabalhado em Ida. Uma ideia interessante e que deixa todo o romance entre os personagens mais belo, além de dar um ar mais triste para todos os acontecimentos que vão sendo mostrados. Outro fator que deixa o longa mais lindo são as belas canções, principalmente as cenas em que o coral aparece cantando.
O final é de uma beleza e de uma tristeza que impressionam. A tristeza é em relação a decisão tomada pelos dois, que querem continuar juntos mas não encontram nenhum jeito disso acontecer e a beleza é não em relação ao ato praticado, mas sim no jeito que a cena foi montada. É como se o filme todo tivesse sido preparado para ser fechado com uma cena linda, em que os dois se encontram, olhando para o nada e conversando.
Este diálogo final é fantástico, simples e melancólico, é como se o diretor estivesse dizendo que mesmo com suas imperfeições e com as barreiras que surgiram pelo caminho o amor e a paixão entre os dois é algo atemporal, daí que vem o motivo pelo diretor ter picotado tanto a narrativa e contando como o relacionamento ocorreu através do tempo, pois não importa o período que tenha passado, se o destino quis que ficassem juntos não há nada que possa afastá-los.
Há uma grande similaridades entre a direção de Pawel Pawlikowski com a do diretor sueco Ingmar Bergman. Primeiro pela estética em preto em branco, segundo pelo jeito que trabalha os personagens, principalmente a figura feminina encarnada em Zula. Os dramas humanos e o romance entre os dois também é algo bastante similar ao que Ingmar fazia em seus filmes. Pawel ainda não está aos pés do mestre sueco, mas está no caminho certo e Guerra Fria é um grande exemplo disso.
Este filme foi assistido na Mostra Internacional de São Paulo.
Lançado em 2011, Os Intocáveis logo se tornou um sucesso de público e crítica não apenas em seu local de origem na França, mas no mundo todo. A produção dirigida por Olivier Nakache e Éric Toledano trazia uma trama sensível e bela sobre diferenças e relações humanas. Um filme único e difícil de se pensar feito com outro elenco ou de outro jeito, mas isso aconteceu e o resultado está no remake americano, Amigos Para Sempre (Neil Burger).
A ideia do longa é a de colocar os dois protagonistas Phillip Lacasse (Bryan Cranston) e Dell Scott (Kevin Hart) que vivem em lados opostos da sociedade para um primeiro confronto que logo se tornaria a sustentação de todo o roteiro. Lacasse vive bem com o dinheiro que recebeu antes do acidente que tirou seus movimentos das pernas e dos braços e por isso depende de alguém para cuidar dele, já Dell Scott é um homem que vive um dia após o outro, sem um futuro profissional aparente, poucos acreditam em seu potencial até que o encontro com Lacasse mudasse sua vida.
Não é uma produção brilhante como o original conseguiu ao retratar um tema tão interessante com tanta intensidade e profundidade. Neil Burger fez o que sentia vontade na história e trabalhou o tema como achava que devia fazer, desenvolveu os personagens mostrando suas vidas e os problemas de cada um, suas diferenças e depois criou uma trama colocando até um ar de mistério em relação a vida amorosa de Lacasse e sobre o futuro pessoal de Dell Scott, fatores que ajudaram a dar uma maior sustentabilidade ao personagem de Bryan Craston.
Os dramas vivido pelos personagens é uma escolha interessante feita pelo roteiro, mas a dramaticidade é totalmente apagada pelas piadas frequentes. Não há emoção nas cenas de dor e sofrimento dos protagonistas, a carga pesada é retirada hora pela quebra da ação para outra cena, hora pela escolha de uma carga mais leve para a situação ocorrida. Sempre que o diretor tentar criar um drama pesado ele vai pelo caminho errado, acaba caindo em outros sentimentos que não são o que quer passar para o público. Como, por exemplo, a cena em que Lacasse encontra com uma desconhecida, na qual se corresponde por um bom período de tempo, há uma escolha por tentar criar um drama sobre a limitação do personagem rico que se sente inutilizado, mas esse argumento é tão mal utilizado e um pouco forçado que tira toda a força dramática da cena. E não é a única vez que isso ocorre, pois há outras situações em que isso acontece.
Algo que realmente aborrece é a escolha do humor empregado. Fazer humor com um filme que tem uma carga tão dramática quanto este tem é algo um pouco complicado, ainda mais se for tentar fazer algo espontâneo, como Os Intocáveis conseguiu fazer. Não a toa o humorista Kevin Hart foi designado para o papel, realmente seu personagem parece ter sido escrito para ele, pois sempre aparece com tiradas cômicas e engraçadas. De início, o humor é uma saída inteligente do roteiro para dar maior envolvimento do público com a história e para dar maior leveza para um filme de carga pesada.
O problema está na frequência com que essas piadas são feitas, praticamente a todo o instante. Não passa um minuto sem que Kevin Hart não faça uma piada. Na primeira meia hora é interessante ver um homem pobre conhecendo o mundo de um homem rico, quando Dell Scott começa a cuidar de Lacasse ocorrem situações que realmente demandam um humor. Em Amigos para Sempre esse é um artifício utilizado tantas e tantas vezes que começa a ficar chato, cansativo e em alguns momentos idiota, isso para não dizer desnecessário. Um exemplo são as conversas românticas que Dell Scott tinha com a personagem de Nicole Kidman, eram tão infantis e bombas que chegavam a ser constrangedoras.
Um roteiro que se prende no humor para desenvolver toda a ação precisa de um bom humorista para usar esse elemento com mastreia. Kevin Hart se sai bem como o cara pobre que vai descobrindo um mundo novo, cheio de novidades e vai encontrando no dia a dia uma realidade diferente da que vivia até pouco tempo atrás. Se sai tão bem que rouba totalmente o filme, o protagonista começa a ser só seu e escanteia os outros personagens. Kevin está tão solto em cena que parece estar apresentando um show de comédia de stand up. Claro que por ser focado quase que exclusivamente em seu personagem algumas de suas tiradas ou situações são forçadas, algo que acaba tirando a força do roteiro e mudando um elemento tão interessante que se encontrava na versão francesa, que é a do humor espontâneo.
Bryan Cranston, mesmo seu personagem não tendo todo o protagonismo que se imaginava que teria, está bem no papel do homem que está preso a uma cadeira para o resto da vida e precisa de alguém para o ajudar. O problema é que seu papel não ajuda muito e são poucos os momentos dramáticos que podemos presenciar realmente o quão bom ator ele é. Coloca a alma em sua interpretação, é simpático quando precisa e alegre quando necessário. Nicole Kidman não convence em sua interpretação, sua personagem é horrível, para não dizer sonsa. Até se entende que é uma mulher contida, sem alegria e que guarda seus sentimentos para si, mas fica óbvio desde o início o porque dela estar lá.
Remakes americanos de filmes de outros países geram histórias interessantes, mas que acabam perdem o real significado da versão original. Ao se adaptar para a cultura americana há uma perca significante quanto a roteiro e trabalho da trama, e o longa dirigido por Neil Burger é dessas produções que se prendem bastante nos personagens e nas situações para criar algo novo. A mudança aqui foi tão grande que acabou perdendo a alma do original, se tornando um filme vazio e que não acrescenta em nada ao que já foi visto por aí.
O final é daquelas situações que estão no roteiro justamente para dar um ar de felicidade para o protagonista. A ideia é que a felicidade pode estar ao seu lado e que o amor é um sentimento que não enxerga formas físicas. Uma mensagem bonita, mas vazia e sem profundidade, pois o trabalho desse sentimento até chegar ao final não acontece. O diretor não quis fazer algo óbvio, mas acabou justamente fazendo o contrário, pois o final é justamente óbvio e nada original.
Amigos para Sempre é uma produção para se assistir com toda a família, pois há conflitos e questões interessantes que geram discussões e podem ser aproveitadas ao se assistir em grupo. O problema mesmo é em relação ao roteiro que não soube aproveitar uma trama tão interessante para se aprofundar em vários questionamentos, oportunidades existiram, como o pensamento de Lacasse em se matar por estar cansado de estar naquela situação, assim como muitas outras que o diretor tem a chance de discutir melhor, mas acaba não fazendo.
Os fãs de filmes de terror já se acostumaram com o subgênero found footage, popularizado por uma sequência bem sucedida de produções de terror que se tornaram sucesso de bilheteria, justamente por contar tramas simples e usar a câmera em primeira pessoa para contar a história, e assim tentar dar maior imersão para o que está sendo mostrado na tela. Muitos diretores resolvem usar o found footage por ele ser mais barato de se fazer e por ser muito mais rápido de filmar. Há bons filmes dentro desse subgênero e aqui na lista estão alguns deles.
10. Holocausto Canibal (1980)
Holocausto Canibal criou, sem saber, o estilo found footage. Na época não havia um nome específico para o ato de se filmar uma história sob a ótica dos próprios personagens. O nome do longa já entrega sobre o assunto que ele aborda. A ideia é bastante interessante, uma expedição que vai até à Amazônia em busca de jovens documentaristas que sumiram na região. Óbvio que a expedição terá um destino trágico e cruel na busca pelos jovens desaparecidos. Visto nos dias de hoje há mais realidade justamente pelas imagens serem antigas e as cenas brutais, principalmente em relação a morte dos animais (que foram mortos de verdade durante as filmagens), algo que na época gerou muita repercussão e revolta e fez o filme ser proibido em vários países.
9. Fenômenos Paranormais (2011)
Assim como muitas outras produções do gênero acaba por ser interessante justamente por causa da simplicidade com que o roteiro desenvolve a trama, sem ficar dando rodeios e já explicando qual a ideia por trás de tudo. Apresentam o ambiente pelo qual a história irá se passar e o terror que irão presenciar ao passar a noite em um hospício abandonado. Claro que a tomada de decisão das pessoas que ali estão geralmente são idiotas ou as piores possíveis, mas isso não atrapalha o desenvolvimento da história, pelo contrário, essas decisões estão ali para dar maior agilidade ao filme. O terror é bem inserido e faz com que as cenas sobrenaturais realmente assustem. Ganhou uma continuação em 2012, mas sem o mesmo brilho da versão anterior.
8. Eles Existem (2014)
Eduardo Sánchez tem uma mão boa para found footage, pois além de dirigir uma das obras mais cultuadas do gênero (A Bruxa de Blair), ainda fez outras tentativas dentro do estilo, como a direção em um dos contos do interessante V/H/S 2. Em Eles Existem, Eduardo retorna ao estilo que parece mais a vontade, mas agora explorando o mito do pé grande. Aqui o monstro está presente a todo o instante, aparece sem muito foco, mas sempre que surge assusta justamente pelo interessante trabalho feito com as câmeras. Os jovens precisam fugir do monstro e a câmera sempre está em movimento com eles, dando um maior tom de realidade para a ação.
7. O Caçador de Troll (2010)
Outra produção que explora uma lenda, além de ser um found footage é O Caçador de Troll. Um filme que se passa na Noruega, onde jovens encontram com um caçador e vão junto com ele presenciando algo que até então poucos acreditavam existir. A ideia é muito parecida a de Cloverfield, filmado como se fosse um documentário mesmo e o resultado é tão realista que chega a enganar se aquilo está mesmo acontecendo ou se estamos apenas assistindo a um filme.
6. Cloverfield: Monstro
J. J. Abrams estava vivendo o auge de sua carreira com o sucesso de Lost quando produziu Cloverfield. Como todo longa do estilo found footage trabalhou uma ideia simples, em que um monstro atacava os EUA. A trama segue um grupo de amigos que precisa fugir de um monstro gigante. Claro que o jeito da filmagem foi feito dessa maneira por não precisar gastar muito dinheiro e possivelmente para usar um estilo que estava bastante popular na época, além de usá-lo para dar uma abordagem de maior imersão para a história ao mostrar tudo o que estava acontecendo na cidade. Sucesso foi tão grande que contou com duas outras continuações.
5. [REC] (2007)
Quem curte filmes de zumbi ou produções do tipo com certeza já deve ter assistido ou ouvido falar desta produção espanhola que mostra uma situação bastante desesperadora. Uma repórter, junto com seu câmera, fica presa em um prédio com outras pessoas. Ali há outros moradores com uma infecção que está se alastrando e precisam desesperadamente fugir do local antes que todos sejam mortos. O ambiente em que estão presos é trabalhado quase como se fosse um personagem, fazendo com que crie um medo e pavor angustiante. O final é surpreendente e assusta mais que muitos longas do gênero. [REC] surgiu como uma das grandes surpresas do estilo found footage, tanto que ganhou um remake americano de qualidade inferior ao original e outras continuações diretas, apenas REC 2 manteve o nível, algo que as outras sequências não conseguiram.
4. Assim na Terra como no Inferno (2014)
Angustiante e claustrofóbico, essas duas palavras podem definir a trama desta produção que surpreende pelo tom certo com que desenvolveu a história. Novamente em tom documental mostra um grupo que entra nas catacumbas de Paris e ali encontram o verdadeiro inferno em suas vidas. É mal filmado em alguns momentos, mas isso é de propósito, justamente para dizer que são os próprios integrantes do grupo que estão filmando. Assusta e desespera na medida certa, além de contar com um final bastante surpreendente.
3. Poder sem Limites (2012)
O found footage não é exclusivo dos filmes de terror. Em Poder sem Limites acompanhamos um grupo de garotos com super poderes que de início o usam apenas para zoar, mas com o tempo vão o usando com outra motivação, então que surge o questionamento do que é certo ou errado. Um filme interessante, surpreendente e que mutias vezes é esnobado pelo público por acreditarem ser apenas mais um filme de adolescentes que só querem zoar. Há algo a mais neste longa, pois debate muitos assuntos, além de ter um ótimo mistério em sua trama.
2. Atividade Paranormal (2007)
Pode-se dizer que Atividade Paranormal popularizou o estilo found footage ao sustentar uma história de terror simples, bem montada e que assustasse apenas utilizando uma câmera estática, em que mostrava as noites do casal até a derradeira noite em que a protagonista fosse possuída por um espírito maligno. O final aberto deu margem para que continuassem fazendo outras sequências, mas na maioria todas são bastante fracas e sem sentido, algo que acabou matando a franquia.
1. A Bruxa de Blair (1999)
Não é uma obra-prima, mas praticamente criou esse gênero que é tão famoso agora. Logo que foi lançado se tornou um sucesso de bilheteria, mas na mesma proporção que levou multidões ao cinema causou revolta, na época, em muitos que foram o assistir justamente por não aparecer o vilão. É aí que está a genialidade de A Bruxa de Blair, pois primeiro que trabalha o terror psicológico, criando um terror que está ali, mas que não aparece e segundo por dar um toque de realidade que até então havia sido presenciado em poucas produções. Muitos realmente acreditaram que esse grupo de amigos desapareceu na floresta. Outra produção que ganhou algumas sequências, todas bastante fracas e desnecessárias.
Infiltrado na Klan, assim como qualquer filme que se inspirou em fatos para realizar sua trama, acaba por ter que mudar alguma coisa em relação a história original. Algo feito, muitas vezes, para dar maior dramaticidade ou envolvimento para a história. Nesse artigo explicamos o que aconteceu ou não de verdade quanto ao que é relatado pelo verdadeiro Ron Stallworth e é mostrado no filme.
Ron Stallworth se tornou o primeiro policial negro de Colorado Springs?
Isso realmente é verdade. Ron Stallworth (John David Washington), nos anos 1970, se tornou o primeiro policial negro a fazer parte da equipe de detetives do Departamento de Polícia de Colorado Springs. Começou a trabalhar ali como cadete no dia 13 de novembro de 1972, e logo depois, em 1974, se tornou oficial. Também é verdade que sua primeira missão policial foi ir à uma boate ouvir o que Stokely Carmichael iria falar no local. Os policiais estavam com medo de que Carmichael pudesse, em algum momento de seu discurso, inflamar a violência.
Infiltrado na Klan
Outro fato que aconteceu e é mostrado de forma correta no longa. Em outubro de 1978, Ron Stallworth se infiltrou na sede local da Ku Klux Klan. Assim como foi relatado no livro, Infiltrado na Klan, Stallworth realmente começou o contato com a KKK ao responder a um anúncio de jornal. Ele pegou o endereço do local e enviou uma carta com seu número de telefone. Esse é um fato que foi mostrado de outra forma no filme, pois o anúncio aparece já com um número de telefone e não com um endereço postal.
Diferente do que foi mostrado no longa, na vida real, um integrante da KKK ligou para ele ao receber a carta com o telefone. Somente depois desse primeiro contato por telefone é que passaram a se comunicar pelo meio de comunicação. Quando foi chamado para participar das reuniões acabou enviando o agente secreto que é interpretado por Adam Driver no filme.
Ron Stallworth falou a verdade quando mencionou sua irmã como motivo para entrar na KKK?
Isso também aconteceu. Stallworth já havia usado seu nome verdadeiro na carta que havia enviado para a Klu Klux Klan (não foi por telefone como mostrado no filme), mas ainda precisava de uma motivação que fizesse com que ele fosse aceito. Ron Stallworth contou realmente a história de sua irmã estar namorando um homem negro. Na conversa também falou mau de várias minorias para ser aceito.
Patrice Dumas
Patrice Dumas (Laura Harrier) não existiu na vida real. Em Infiltrado na Klan, Patrice é uma ativista que faz par romântico com Ron Stallworth. Spike Lee a colocou no longa para que ela representasse as mulheres que faziam parte do movimento Black Power. Como dito logo acima, Stallworth realmente participou de uma investigação secreta, mas diferente do que foi apresentado no filme ele não encontrou nenhuma mulher com que fosse se apaixonar no futuro.
O parceiro de Ron Stallworth existiu e era judeu?
Sim, esse agente secreto que era parceiro de Ron Stallworth existiu. Não se sabe quem é esse agente na vida real, pois seu nome não foi revelado. No livro ele era chamado de Chuck e no filme o agente recebe o nome de Flip Zimmerman, portanto, houve uma mudança de nomes em relação a livro e filme, mas esse nome não é real, pois como dito não se sabe o nome dele.
O personagem de Adam Driver existiu, mas não era judeu como foi relatado no longa. Há em diversas passagens do filme acusações de um integrante da KKK que Flip fosse judeu. O agente secreto não era judeu, e portanto não passou pelo teste de detector de mentiras que é mostrado no filme. No livro não há menção se ele era judeu.
Ron Stallworth líder local da KKK
Isso não é verdade. No filme, há uma cena em que Stallworth aparece sendo nomeado para a KKK. Na vida real isso não aconteceu por pouco, porque quando houve o convite para participar do grupo o chefe do departamento acabou por encerrar a investigação. Stallworth acredita que isso tenha acontecido por causa que o chefe estaria preocupado com a imagem pública do departamento, pois seria no mínimo estranho se a opinião pública descobrisse que havia policiais como membros da KKK.
O encontro de Ron Stallworth com David Duke
Ron Stallworth conversou por telefone com David Duke, pois ao não receber respostas após fazer sua inscrição decidiu ligar para o líder da Klu Klux Klan. Algum tempo depois da conversa, por telefone, recebeu o certificado de cidadão concedido a ele e que foi assinado pelo próprio Duke. Segundo Ron Stallworth ele continuou conversando com Duke após esse primeiro contato. Ron Stallworth não conversou pessoalmente com nenhum membro da KKK enquanto estava na operação.
Em 1979 David Duke foi até a cidade de Colorado Springs realizar uma visita e o policial designado para o proteger foi Ron Stallworth, Duke aceitou o policial como seu protetor. Portanto, os dois acabaram conversando pessoalmente, e a visita de Duke foi em uma churrascaria e não uma cerimônia da KKK como é mostrado no filme. O agente secreto que fingia ser Stallworth estava nessa churrascaria como infiltrado.
O sucesso da investigação
O caso durou cerca de nove meses, enquanto Ron Stallworth e seu parceiro trabalharam reunindo várias informações do grupo. Ganharam com o tempo a confiança do pessoal da KKK, entre eles David Duke. Com a investigação evitaram queimadas de cruz, identificaram alguns membros do grupo, alguns deles faziam parte das forças armadas.
Há relatos feitos por Stallworth em relação a planos feitos pela Klu Klux Klan para explodir os dois bares gays da cidade, assim como um plano organizado para roubar armas de Fort Carson.
Apesar de nenhum membro da KKK ter sido preso, a investigação que durou nove meses foi considerada um sucesso. No livro, Stallworth escreveu: "Como resultado de nosso esforço combinado, nenhum pai ou mãe com um filho negro ou de outra minoria teve que explicar por que uma cruz de 18 pés foi vista queimando."
A Netflix encontrou na franquia Narcos, algo que vem trabalhando bastante em suas produções, que é a de contar histórias que se aproximem da realidade. Séries como Black Mirror e 13 Reasons Why tem como objetivo tratar de assuntos bastante discutidos na sociedade. E a primeira temporada de Narcos: México é o tipo de série interessante e que deve ser assistida por todos, justamente por tratar de uma questão tão relevante quanto é o tráfico de drogas.
A série original de Narcos e que deu origem a este spin-off, em que Pablo Escobar reinava, falava sobre o início dos cartéis colombianos, sobre o domínio do tráfico de drogas na região e do início da rota das drogas em direção aos EUA. Já a primeira temporada de Narcos: México acompanha os passos de Miguel Ángel Félix Gallardo (Diego Luna), um pequeno traficante de maconha que atua na cidade de Sinaloa a mando de um quartel regional.
De forma bem trabalhada vão acompanhando e explorando mais a respeito do traficante, que com uma simples idéia acaba organizando o tráfico regional, ao fazer acordo com os chamados ‘praças’. A série vai mais além, não apenas mostrando como ele conseguiu o monopólio das drogas no México, mas também como começou a explorar o lucrativo mercado da cocaína, um produto até então quase que exclusivo dos colombianos.
É um acerto da equipe de roteiro apresentar as estratégias criadas pelo por Miguel Ángel para conseguir criar um verdadeiro monopólio do tráfico. Tais estratégias são apresentadas aos poucos, de forma intrigante, segurando o telespectador em frente a tela e contando, de forma didática, o início da escalada de terror e que futuramente ficaria ainda pior no país latino. É um assunto delicado, se trabalhado de forma errada pode dar outro tom a um tema que envolve não apenas a vontade de pessoas em vender droga e de ficarem milionárias, mas também em corromper todo um sistema, que vai desde políticos a militares.
Outro grande acerto foi o de mostrar a origem dos cartéis mexicanos e da escalada de horror que só foi crescendo com o tempo. O tráfico de drogas, principalmente o de cocaína, é tema recorrente em Hollywood, filmes como Scarface (Brian De Palma) e Os Bons Companheiros (Martin Scorsese) já tocaram nesse tema, assim como a premiada série Breaking Bad, que toca mais no caso das drogas sintéticas, mas mesmo assim aborda o tema sobre o tráfico. Só que são poucas as produções que realmente falaram das origens do tráfico mexicano, quem eram seus líderes e como surgiu a escalada recente de violência. Por si só a série já se mostra importante somente de abordar esse assunto.
A narrativa trabalha mesclando imagens de arquivos com a da encenação dos personagens, ensinam didaticamente a história do país, das corporações policiais e outras questões, mas sempre com uma narração de fundo, ao estilo do que foi popularizado e muito bem trabalhado por José Padilha em Narcos. O roteiro segue duas linhas narrativas, a primeira mostrando o policial e sua investigação particular e a segunda em que Miguel Ángel tenta criar sua rede de criação e distribuição de maconha no México, contando com a ajuda de policiais e políticos. E a partir daí vão mostrando ele subindo de patamar degrau por degrau.
Não há agilidade em apresentar os fatos, pelo contrário, tudo é mostrado de forma bem lenta, ao mesmo estilo da série original que mostra o tráfico na Colômbia. Não pulam períodos para mostrar mudanças de personagens ou mostrar a mudança da região. A narração é um ótimo artifício para dar agilidade à trama, mas apenas em alguns momentos interessantes isso ocorre e de forma rápida.
Perdem tempo com subtramas chatas, como as envolvendo o irmão de Miguel Ángel, um homem que age por instinto e que sempre coloca tudo a perder. Tal fato é explorado ao limite na série, chega um momento que se torna chato de tantas vezes que esse irmão aparece fazendo bobagem. Perde-se tempo também com outras vinganças menores feitas por outros personagens, são partes importantes da série, mas que só estão ali presentes para demonstrar como a região é violenta.
Em alguns momentos, Narcos: México soa bastante repetitivo. Parece querer a todo o momento dizer que o tráfico é poderoso, que foi criado um sindicato do crime, que policiais e políticos são corruptos, fatos já mostrados e que hora ou outra aparecem novamente para lembrar o telespectador. Essa repetição não tem efeito prático, já que não acrescenta nada de novo para a história, além de só ficar dando voltas e enrolando.
No México, diferente do que ocorria na Colômbia, não havia uma figura importante no tráfico que centralizava toda a organização como era o caso de Escobar. Nesse cenário, a série, não demora a apresentar o antagonista Félix (Diego Luna) que irá chamar todos os representantes de cada região do México para criar uma central do tráfico e assim unir toda a operação em um só líder.
Diego Luna um personagem interessante de início, mas que vai perdendo seu brilho com o tempo, não pelo fato do antagonista ser mal retratado na produção, mas sim por causa da interpretação sofrível de Diego Luna (Star Wars: Rogue One), que não consegue segurar a série, algo que não ocorre com o protagonista, interpretado pelo ator Michael Peña e que tem talento de sobre para tirar tudo e mais um pouco de seu personagem. Diego Luna interpreta um vilão canastrão com ares novelescos, não convence no papel. Fica evidente como o ator não deu conta do antagonista quando há o encontro entre Diego Luna e Escobar, interpretado magistralmente por Wagner Moura. A cena é curta, mas a diferença fica nítida na atuação dos dois, Wagner Moura se impõe facilmente frente a Luna.
A primeira temporada de Narcos: México, em sua totalidade, é um excelente exemplar de série que mesmo com seus defeitos consegue contar a origem de algo tão cruel quanto é o tráfico de drogas. Um trabalho feito de uma maneira séria, abrangente e sem deixar nós solto, pois tudo o que foi apresentado durante a trama fez sentido ao final. Que a Netflix continue produzindo outras ótimas séries nesse estilo.
Narcos: México - 1ª Temporada (idem, EUA, México – 2018)
Direção: Andrés Baiz, Amat Escalante, Alonso Ruizpalacios, Josef Kubota Wladyka Roteiro: Carlo Bernard, Chris Brancato, Doug Miro, Clayton Trussell, Andrew Black, Ashley Lyle, Eric Newman, Bart Nickerson, Jessie Nickson-Lopez, Scott Teems Elenco: Diego Luna, Michael Peña, Alyssa Diaz, Scoot McNairy, Teresa Ruiz, Horacio Garcia Rojas, Tenoch Huerta, Joaquín Cosio, José María Yazpik, Matt Letscher, Fernanda Urrejola, Tessa Ia, Mike Doyle, Jackie Earle Haley, Wagner Moura, Fernanda Urrejola Gênero: Policial, thriller Duração: 50 (cada episódio)
Jason Momoa, protagonista de Aquaman, está sendo acusado de assédio por internautas nas redes sociais. Em um vídeo que circula pelo twitter, é possível ver o ator abraçado com duas crianças.
No vídeo, Jason Momoa está com a mão próxima ao peito da garota, sua filha, Lola Iolani Momoa, fazendo carícias que dão a impressão de serem involuntárias, feitas sem muita atenção.
Porém, ela, aparentemente desconfortável, acaba retirando a mão de Momoa depois de alguns segundos. Momoa não se incomoda e segue conversando com um amigo sobre a homenagem de dança que ocorria em sua frente que havia capturado sua atenção no instante.
Até o momento o ator não comentou o caso que só veio a viralizar agora no dia 8.
Veja o vídeo publicado por um internauta no Twitter:
Rocky é uma das franquias de cinema mais queridas pelo público e pela crítica. Seus cinco filmes são memoráveis, contando a saga do lutador Rocky Balboa e mostrando suas épicas lutas que estão até hoje no imaginário de todos. Depois de encerrada, a franquia continuou com o personagem Rocky sendo apresentado como treinador em Creed: Nascido para Lutar e que continua na agradável sequência Creed II.
São raras as continuações que conseguem ser tão boas ou até melhor quanto a versão anterior e Creed II consegue isso de forma simples, praticamente recriando a estrutura do roteiro de Creed e de todos os filmes do Rocky, com um desafio sendo apresentado contra o protagonista e uma luta fantástica deixada para o final. Em Creed II há um item a mais acrescentado na história que faz bastante diferença: a emoção e o drama, dois sentimentos que já existiam na franquia, mas empregado em menor escala e sem ser o foco principal do longa.
A trama de Creed II segue o lutador Adonis Johnson (Michael B. Jordan) em busca de vingança contra o lutador russo Viktor Drago (Florian Munteanu), filho do mitológico Ivan Drago (Dolph Lundgren), homem que matou o pai de Adonis, Apollo Creed em Rocky 4, e agora desafiado por Viktor, Adonis irá buscar nos ringues a vitória que seu pai não conseguiu em vida.
Portanto, é uma história que já traz uma carga dramática por si só. Esse encontro entre os dois lutadores trará memórias em Adonis Johnson, e o irá fazer sentir os mais diversos sentimentos, fúria, raiva, descontrole, além de tentar fazer tudo que estiver em seu alcance para vencer seu principal rival. Esse drama em relação ao protagonista é algo muito bem criado e explorado, ainda mais porque além da luta para honrar o nome de seu pai, há uma subtrama bastante interessante envolvendo sua esposa, que é belamente interpretada pela atriz Tessa Thompson (M.I.B - Internacional).
Outro fato que emociona bastante Adonis é a busca pela luta perfeita e pela dor da lembrança do seu pai, mas tudo isso também é um ensinamento para seu personagem. A mensagem passada é bela e simples: não importa o quão poderoso é seu adversário e quantas vezes você é jogado na lona, é preciso ficar de pé frente as adversidades e vencê-las a todo o custo, nem que essa vitória venha a base de grandes sacrifícios.
Tanto Adonis Johnson quanto Viktor Drago são personagens excelentes e muito bem desenvolvidos. Obviamente que Adonis por ter maior destaque fica mais tempo em cena, para assim conhecermos seus dramas em relação ao passado e seu desejo de vingança. Mas ViktorDrago não deixa por menos quando o assunto é drama pessoal, pois conhecemos o lado triste do lutador russo com relação ao abandono de sua mãe, e ao ódio que carrega em seu peito, alimentado por seu pai Ivan Drago, que por ter perdido a batalha para Rocky no já mencionado Rocky 4 acabou por cair em ostracismo e se tornar vergonha nacional em seu país.
Michael B. Jordan está fantástico no papel de Adonis Johnson, vai da alegria para a tristeza em questão de minutos, Jordan dá a força que o personagem necessitava e faz isso com maestria, mas ele já havia feito esse belo papel também na primeira versão de Creed, portanto não é de se espantar que iria se sair bem novamente. Já a interpretação de Florian Munteanu é uma grande surpresa. O protagonista de Viktor Drago é na vida real um boxeador de ofício e o público não tinha noção de como iria sair na tela, mas o resultado final é bastante satisfatório, pois o diretor, sabendo que Florian não é um ator profissional o colocou em cena com pouquíssimas falas, quase mudo. Essa foi uma tática bastante interessante usada pelo diretor Steven Caple Jr. que o colocou ali para fazer o que mais sabe fazer, cara de mau e dar socos.
Sylvester Stallone e Dolph Lundgren são meros coadjuvantes na história e não é por menos, os dois personagens já tiveram seus momentos de espetáculo e estão aqui apenas para relembrar um duelo clássico, e no caso de Ivan Drago buscar as glórias passadas e que foram perdidas, enquanto Rocky busca manter o seu legado e colocar na cabeça do jovem Adonis ensinamentos que ele irá usar não apenas no ringue, mas também em toda a sua vida. Rocky faz o papel de um pai que Adonis não teve ao seu lado, justamente porque Ivan Drago o tirou dele. Tessa Thompson tem um papel de destaque na trama, como esposa do protagonista o ajuda a compreender o que está enfrentando e a voltar a sua consciência.
Lutas de boxe já foram apresentadas dos mais diversos ângulos no cinema. Chega até ser complicado para um diretor fazer algo de diferente em uma luta que só permite que sejam concedidos socos. O diretor Steven Caple Jr. acerta novamente ao dar bastante realidade para as duas grandes batalhas envolvendo Adonis Johnson e Viktor Drago, duas lutas realmente impactantes e que fazem com que o telespectador não desgrude os olhos da tela. O primeiro confronto é bem coreografado, apresentando a máquina de pancadas Viktor que com uma sequência violenta e brutal quase parte ao meio o protagonista, para depois, em uma segunda luta espetacular nos mostrar a verdadeira força de Adonis Johnson e porque ele é o protagonista.
Creed II amarra as pontas da franquia e é uma revisita ao passado dos personagens, em especial ao de Rocky. Os filmes antigos do boxeador tratavam de uma época em que o protagonista obteve mutias glórias, mas que também sentiu o sofrimento da perda de um grande amigo, no caso Apollo Creed. Tal fato, da perda do amigo, ainda não havia sido trabalhado com tanta profundidade quanto a mostrada em Creed II. Colocar o filho lutando pela memória do pai é uma das muitas belezas mostradas em um longa que será lembrado por tempos, não apenas por ter uma das lutas mais impactantes do cinema, mas também por trazer a lembrança de quem foi Rocky e de dar um aviso ao telespectador, o de que o personagem Rocky está cada vez mais perto de sair de cena, para que então um novo mito possa surgir no horizonte, nesse caso essa nova lenda tem nome e é conhecido por Adonis Johnson.
Creed II (Creed II – EUA, 2018)
Direção: Steven Caple Jr. Roteiro: Sylvester Stallone, Cheo Hodari Coker, Ryan Coogler, Sascha Penn, Juel Taylor Elenco: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad, Dolph Lundgren, Florian Munteanu, Russell Hornsby, Wood Harris, Milo Ventimiglia Gênero: Drama, Esporte Duração: 130 min.
O cinéfilo atento já deve ter tomado nota do filme Lizzie e de seu caso criminal envolvendo a protagonista Lizzie, em que foi acusada da morte de madrasta e de seu pai.. Fato é que essa história realmente ocorreu no dia 4 de agosto de 1892.
O caso de Lizzie é bastante emblemático e para saber mais sobre ele começamos falando sobre a vida da principal suspeita dos crimes. Lizzie Borden nasceu na cidade de Fall River, em Massachussets, no ano de 1860. Seu pai, Andrew Jackson Borden trabalhou desde cedo e acabou enriquecendo, vendendo caixões e móveis de madeira, entre outros bens de serviços. Andrew fazia parte da diretoria de bancos e financeiras, além de ter várias propriedades comerciais, posses que lhe davam bastante estabilidade financeira e o davam muita influência.
Lizzie tinha uma irmã mais velha, seu nome era Emma Lenora Borden (1851–1927). Ambas eram religiosas, Lizzie ensinanva crianças e imigrantes que chegavam aos EUA. Após três anos da morte de sua mãe, Sarah Anthony Borden, seu pai se casou novamente com sua futura madrasta, Abby Durfee Gray.
Na época dos assassinatos, Lizzie não conseguiu explicar para para a polícia como era sua relação com a madrasta, o que se soube apenas é que Lizzie achava que Abby estaria atrás de toda a fortuna de seu pai. Ainda quanto ao inquérito policial, a empregada da casa Borden, Bridget Sullivan, em testemunho contou que Emma e Lizzie quase nunca faziam as refeições junto com seus pais.
Um dos casos mais emblemáticos envolvendo a relação de pai e filha, ocorreu em 1892, quando Andrew entrou no pequeno celeiro no quintal e matou vários pombos de Lizzie, o motivo seria porque crianças estavam indo até o local para caçar os pássaros e ele teria feito isso para que não fossem mais lá. Lizzie obviamente ficou bastante zangada com tal ato, tanto que logo após o acontecimento se mudou para New Bedford e depois de algum tempo retornou para Fall River, isso uma semana antes dos assassinatos, mas em vez de ficar na casa dos pais ficou em outra residência da família.
Esse caso dos pombos foi apenas o estopim de uma crise que havia começado há alguns meses antes dos assassinatos, quando Andrew passou propriedades para a família de Abby, vendendo em alguns momentos por valores irrisórios e abaixo do mercado. Alguns dias antes das mortes ocorrerem, John Vinnicum Morse, o tio de Emma e Lizzie, foi fazer uma visita e ficaria alguns dias na casa para conversar sobre negócios com Andrew.
Andrew Borden e Abby Borden foram encontrados mortos dentro de casa. O que intrigou os investigadores da época foi que no momento, dentro da casa, haviam apenas a empregada doméstica e Lizzie, fato que é bem mostrado no filme de 2018. Bridget Sullivan, a empregada, estava limpando as janelas pelo lado de fora no momento que Lizzie gritou para que ela chamasse com rapidez o médico, pois seu pai havia sido assassinado.
Algum tempo depois encontraram o corpo de Abby no andar de cima da residência. Os investigadores, na época, não conseguiram determinar qual foi a arma utilizada para matar os dois, apenas sabiam que foi uma arma bastante pesada que foi usada para matar os dois a pancadas.
O que se sabe, quanto ao dia do assassinato é que no dia de sua morte, Andrew, havia ido até a cidade com o tio de Lizzie, John Morse. Andrew voltou às 10:30 e logo se deitou no sofá para tirar um cochilo. Alguns minutos depois, Lizzie disse ter encontrado o corpo de seu pai. Apenas isso se sabe com clareza sobre o caso, o resto foi formulado com base em testemunhos que entravam em conflitos e com base em boatos proferidos na época.
Lizzie Borden foi a única pessoa julgada pelos assassinatos cometidos. Alguns fatos curiosos marcaram a investigação criminal. A primeira foi em relação a busca pela arma do crime. A polícia durante a busca na residência encontrou um machado no porão e presumiram que aquela fosse a arma usada para cometer os assassinatos. Porém, o machado estava limpo e uma parte do cabo não estava ali, e durante a investigação chegaram a conclusão que o cabo havia sido retirado porque estava cheio de sangue. O mais contraditório está por vir, sendo que o investigador do caso disse que encontrou o machado ao lado de um cabo. Até os dias de hoje é um grande mistério qual foi a arma do crime usada pelo assassino, e o machado é a arma mais popular e conhecida pelo público.
O caso do machado não é a única pista ignorada pela polícia, há também o caso do vestido queimado. Poucos dias após o crime, Lizzie havia queimado um vestido de cor azul claro, afirmando ter derramado tinta nele. No tribunal houve discussão quanto a vestimenta usada por Lizzie no dia do crime, houve divergência nos relatos das cores usadas de seu vestino no dia. Nenhuma roupa suja de sangue jamais foi descoberta pela polícia. No fim das contas Lizzie Borden foi inocentada pelo júri.
Esse crime é um dos mais discutidos, até os dias de hoje, justamente por não terem encontrado o assassino, por ninguém saber qual foi sua real motivação e por não terem encontrado a arma do crime. Há algumas teses a respeito do caso, muitas delas tentando explicar os motivos e quem seria o verdadeiro assassino.
O primeiro e mais conhecido é que Lizzie seria lésbica e estaria tendo um relacionamento com a empregada Sullivan, mas que a madrasta havia descoberto tudo. Outra tese é em relação ao testamento de Andrew, que ele teria retirado Lizzie dele, mas nenhum testamento foi divulgado mostrando isso, corroborando a tese.
Há ainda duas outras torias, uma dizendo que Lizzie, por sofrer de epilepsia, cometia os crimes enquanto estava em estado de transe por causa dos ataques e outra teoria diz que a empregada Sullivan havia matado os dois por ter que ficar limpando as janelas em dia de intenso calor e que em um momento de revolta acabou matando os dois. Porém, como dito acima, são apenas teses, mas nada de concreto se tem sobre o caso, apenas indícios que não podem confirmar com certeza que teria sido Lizzie e Sullivan as verdadeiras assassinas.
Os transtornos psiquiátricos já tiveram diversas abordagens feitas pelo cinema, ou mostrando o lado da pessoa internada, ou pela visão do médico ou algum outro funcionário que trabalha no local e até mesmo colocando o hospício como um local assombrado, transformando o edifício no ponto principal da trama. Há muita seriedade quando se trata da história, fazendo com que muitos desses filmes se tornem produções memoráveis.
Nise: O Coração da Loucura (2015)
A loucura, no cinema nacional, vem se tornando um tema recorrente e não é por menos, o país tem histórias cabulosas em relação a hospícios e muitas produções já tocaram nesse assunto. Nise: O Coração da Loucura é uma delas. Longa trata da vida da doutora Nise (Glória Pires) que discordava do tratamento dado aos internos e se negou a usar eletrochoque e lobotomia como forma de tratamento. Mandada para a ala de terapia ocupacional por não aceitar trabalhar dessa forma, criou uma revolução no local com seus métodos de trabalho. Um filme lindo e sensível e que foi inspirado em um fato verídico.
Fenômenos Paranormais (2011)
Essa dica é para os fãs de filmes de terror. Feito ao estilo do found footage, em que as os próprios personagens filmam tudo o que acontece e assim observamos tudo do ponto de vista deles. Trama traz um grupo de documentaristas que vai passar a noite em um manicômio abandonado, obviamente que tudo começa a dar errado e começam a ser caçados por entidades paranormais que ali residem. A produção foi feita justamente para que parecesse ser de baixo orçamento e assim dar maior tom de realidade para tudo o que está acontecendo. O resultado final é bastante interessante, consegue assustar, fazer pregar os olhos na tv, além de causar medo em muitas cenas.
Refúgio do Medo (2014)
Da lista é o longa mais fraquinho quanto a narrativa, mas nem por isso não deve deixar de ser assistido, pelo contrário. Primeiro que o elenco ajuda a segurar toda a trama, com Ben Kingsley (Operação Final) e Kate Beckinsale (Anjos da Noite) que tem experiência de sobra para interpretar papéis problemático. Filme é um terror adaptado dos contos de Edgar Allan Poe. A construção do roteiro até que é bem feita, o ar sombrio da trama, típico de produções de Allan Poe também é bem montada, além de ser bem produzido, principalmente o ambiente do hospício em si. Há muitas cenas que mostram as crueldades feitas para se tratar aqueles que eram chamados de loucos, com tratamentos que mais lembravam aparelhos de torturas.
Contos Proibidos do Marquês de Sade (2000)
Uma obra clássica que aborda a vida do escritor libertino Marquês de Sade (Geoffrey Rush). A trama aborda a vida do autor já no sanatório e sua relação com a lavadeira do asilo (Kate Winslet) e nos mostra outros temas, desde a prisão do Marquês de Sade em um manicômio por causa de suas perversões sexuais até o tratamento feito para curar essas práticas, que eram consideradas loucura na época. Vale a pena assistir para quem quiser saber mais a respeito do escritor.
Garota, Interrompida (1999)
Angelina Jolie (Sr. e Sra. Smith) foi aclamada pela crítica por sua belíssima interpretação de Lisa Rowe, tanto que recebeu merecidamente seu Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo papel de Susanna Kaysen, uma garota que foi diagnosticada com Ordem Incerta de Personalidade, algo que qualquer adolescente poderia ter. Outra produção que mostra a vida dentro de um instituto psiquiátrico, mas aqui há algo a mais ao abordar todo o mundo descoberto dentro do manicômio através do ponto de vista de Lisa.
Tempo de Despertar (1990)
Há inúmeras produções que podem te emocionar e uma delas é Tempo de Despertar. Com uma trama humana e inteligente nos apresenta um doutor (Robin Williams) que começa um tratamento teste em um dos pacientes (Robert de Niro), e nisso o longa vai nos guiando através dessa situação. O belo roteiro trabalhado pela diretora Penny Marshall (Quero Ser Grande) é um dos grandes atrativos, bem conduzido e desenvolvendo a trama com bastante agilidade, o trabalho de estruturação dos personagens é fantástico. Difícil chegar ao final sem ter derramado uma lágrima se quer.
Um Estranho no Ninho (1975)
Jack Nicholson (Antes de Partir) em uma de suas melhores interpretações na carreira, interpretando um homem comum que é levado de uma prisão para um sanatório. O motivo para ser levado até o local poderia ser interpretado como qualquer coisa, menos como loucura. Seu personagem era uma pessoa normal, não fazia sentido sua presença em um hospício para curar algo que não tinha. A ideia do filme é justamente debater o que é loucura e o que é normalidade, pois muitos dos casos ali mostrados são comuns e trabalhados de forma errada, alguns nem precisavam tomar remédios ou se submeter a tratamentos como eletrochoque ou lobotomia.
Bicho de Sete Cabeças (2000)
Filmado no antigo hospital psiquiátrico do Juquery, em Franco da Rocha, Bicho de Sete Cabeças está entre os filmes nacionais que fizeram parte da retomada do cinema brasileiro. É inquestionável a qualidade do longa que apresentou Rodrigo Santoro (Os 33) para o cinema. Há duas críticas feitas no longa. A primeira em relação ao combate as drogas e seu tratamento, pois o personagem foi colocado ali por causa de uso de entorpecente e acabou saindo pior do que estava quando foi internado. Uma segunda crítica é em relação aos manicômios brasileiros e seus tratamentos brutais, que mais machucavam do que curavam.
Ilha do Medo (2010)
Martin Scorsese (Os Infiltrados) fez um dos trabalhos mais interessantes de sua carreira em Ilha do Medo. O mais interessante da produção é o final aberto que te deixa cheio de dúvidas do que teria ocorrido com o personagem de Leonardo Di Caprio (Titanic). O plot twist poderia ter sido mais eficaz, o final aberto vem justamente dessa virada do roteiro que deixa tudo sem explicação. O desenvolvimento da trama é uma das belezas desta produção, vai te direcionando para pontos interessantes da investigação e o desenvolvimento não perde tempo com tramas e argumentos irrelevantes.
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