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Crítica | Animais Fantásticos e Onde Habitam (Com Spoilers)

Obs: somente leia após assistir ao filme
Obs2: texto longo.

J.K. Rowling devolveu magia ao mundo. E que época mais propícia para a Warner marcar uma geração inteira com a adaptação do sucesso literário da já histórica inglesa revolucionária da literatura, assim como abalou profundamente o modelo de negócios de filmes licenciados. Um novo milênio surgia e já em 2001 teríamos a primeiríssima aposta em encantar o mundo com A Pedra Filosofal.

Não por mera coincidência que a Warner traria também, naquele ano, a adaptação de Senhor dos Anéis. Estava renascendo um espaço de gênero que havia sido esquecido nos anos 1980. A fantasia épica retornou em sua melhor forma, plantando novos sonhos para uma geração que veio ao sol em uma era profundamente lógica, tecnológica e científica. Nela, sofreríamos uma revolução da extensão do homem de modo nunca visto antes.

Então, esse grande contraste fantasioso que dominou os cinemas dos anos 2000 eram uma bela resposta a tudo isso. Nada mais óbvio do que afirmar como o experimento da Warner foi realmente algo inédito. A geração de 1994, 1995 foi uma das mais fiéis a saga do bruxinho, pois tivemos a oportunidade de crescer quase que no mesmo compasso de idade que os personagens em cada novo filme. Foi algo verdadeiramente mágico.

Mas mesmo para quem sempre acompanhou, a conclusão da saga em 2011 apontava que não seria a última vez que veríamos aquele universo onírico. Obviamente, perder uma fonte de renda tão expressiva como eram os filmes Harry Potter não estava nos planos da Warner e J.K. Rowling já dava as pistas certas para os produtores seguirem buscando atender uma demanda de mercado no tempo de hiato correto: 5 anos.

Harry Potter era apenas a ponta de um universo expandido com sua própria história e diversos personagens interessantes que poderiam ser explorados em obras cinematográficas. Animais fantásticos e onde habitam foi a escolha mais óbvia, de título mais atraente, para fazer Rowling retornar ao seu mágico universo com histórias originais, mas dessa vez desenvolvendo tudo como roteirista.

E, pois, bem, Animais Fantásticos é um excelente retorno da mitologia Harry Potter. Nos cativa justamente por ser um prequel contando as histórias que ocorreram muito antes de Voldemort se tornar a ameaça suprema do mundo bruxo. Nos anos 1926, havia apenas problemas corriqueiros como feitiços defeituosos e criaturas fantásticas perigosas fujonas que colocariam a vida de uns trouxas em perigo. Porém a aventura de Newt Scamander reserva descobertas de ameaças muito mais inteligentes do que a bruxandade esperava.

Partiremos então para a análise com spoiler, nós já recomendamos e discorremos sobre o filme aqui e aqui. Caso não queira saber nada, desaconselho a leitura, mas se já tiver visto e esteja procurando uma análise mais aprofundada da obra veio ao lugar certo.

A fantástica mente de J. K. Rowling

Acompanhamos a chegada de Newt Scamander à Nova Iorque em 1926 trazendo consigo sua maleta mágica repleta de criaturas fantásticas, umas menos amistosas que outras. No caminho para seu destino, se depara com o discurso dos fanáticos Segundo Salemianos, uma organização controlada por uma mulher que carrega profundo ódio contra os bruxos, pregando sua exterminação completa.

Ali, após uma pequena confusão com um no-maj – a designação americana para trouxa, Newt se dá conta que um Pelúcio, uma criatura fascinada por objetos brilhantes, fugiu de sua mala se dirigindo diretamente a um banco. Correndo para resgatá-la, Newt se atrapalha e troca de malas com o mesmo no-maj, um homem rechonchudo chamado Jacob Kowalski.

Desavisado, o pobre trouxa abre a maleta de Newt, libertando diversas criaturas que tocam o caos em Manhattan. Por sorte, o herói encontra Jacob, mas, nessa altura, ‘Tina’, uma ex-aurora do Macusa, já está envolvida com o caso de Newt e trabalhará com a dupla para resgatar todos os animais antes que mais vidas sejam postas em risco. Entretanto, não são apenas animais fantásticos que ameaçam a segurança da cidade. Um poder oculto e cruel agora despertado, trará muito mais desafios para o grupo.

Obviamente, este não é o primeiro passeio de J. K. Rowling em narrativas cinematográficas, mas se trata sim de seu primeiro roteiro feito exclusivamente para os cinemas. Uma grande novidade de uma excelente contadora de histórias. E como é a estreia da autora inglesa em terras novas? Com toda a certeza, posso afirmar que sim, é uma ótima estreia.

Rowling novamente introduz o mundo mágico para o espectador. Não é à toa que Newt, britânico e ex-aluno de Hogwarts, vai para a América. A intenção de Rowling é expandir os conceitos anteriormente vistos em Harry Potter, já que ela não desgrudava o ponto de vista do personagem. Aqui veremos como o mundo mágico funciona, com suas leis e diversas burocracias, sob a legislação do Congresso de Magia dos EUA – Macusa.

Nesse sentimento expansivo justamente se encontra a fisgada para nos encantar novamente. Além da brilhante sacada de mostrar um universo pré-Voldemort e da Guerra Bruxa, concentrando em males menores do início do século XX, nos anos loucos em plena Manhattan em ebulição expansionista enquanto a aura da Grande Depressão avança, além da situação absurda da Lei Seca da época – Gnarlak, sua figura “alcaponesca” e seu bar de jazz é uma representação dos buracos ilegais que vendiam bebidas alcoólicas na época. É um contexto histórico frio, de calmaria, perfeito para inserir a mágica história de Newt Scamander.

Mesmo que Rowling não se aprofunde muito nesse conceito de mundo pós-guerra e pré-crise, seu filme tem uma proposta completamente diferente como já foi explicado. Uma das grandes novidades de sua técnica é a liberdade de ponto de vista. Na saga Harry Potter, raríssimas vezes acompanhávamos o núcleo antagonista, independente da visão do herói – quando acontecia, era justificado através da oclumência.

Aqui não somos restritos aos heróis. O espectador tem mais poder de conhecimento em Animais Fantásticos mesmo que ainda haja um grande mistério pairando sobre esse núcleo. Temos Percival Graves, um personagem mal resolvido na lógica da trama, mas de uso importante para mover o lado antagônico da obra. Ele procura por uma criança de imenso poder e conta com a ajuda de Credence, um dos garotos adotados pela fanática Mary dos Segundos Salemianos.

Mesmo pegando uma temática forte que flerta com a intolerância, preconceito, abusos físicos e psicológicos e que faz referência direta aos julgamentos de Salem e da perseguição de bruxas no século XVII, os antagonistas são bastante esquecíveis – problema próximo ao que havia em A Pedra Filosofal. Não fosse a competência de Ezra Miller em tornar a figura de Credence em uma criatura tão sofrida, seria um núcleo facilmente esquecível.

Miller anda curvado, com olhares sempre congelantes de profunda melancolia e pavor, além de manter postura rija adequada. Onde Rowling acerta no trato do personagem é justificar bem as ações feitas pelo Obscuro que ataca Manhattan. Como o Obscuro na verdade é o próprio Credence, ele ataca justamente quem o maltrata o que, obviamente, mantém o fio narrativo bem coeso no quesito da motivação do personagem. Afinal ele é um adolescente reprimido, abusado e infeliz que só enxerga a raiva para canalizar sua magia.

Rowling é competente nesse didatismo para explicar o que raios são obscuriais, conceitos novos até mesmo para veteranos da franquia. Ao dizer que se trata da supressão de toda a magia existente em uma criança amedrontada, ela tenta fazer de Credence em um Harry às avessas. Um bruxo que nunca recebeu sua carta para Hogwarts e que, por meio de um lar insalubre, aprisiona sua magia para sobreviver.

Essa é uma das grandes reviravoltas do filme, pois Rowling faz de tudo para que o espectador creia que o obscuro seja outra pessoa: a irmãzinha sinistra de Credence, Modéstia. É um trabalho bastante similar à Prisioneiro de Azkaban, onde Rowling também condicionava a opinião do espectador ao apontar tantos dedos para Sirius Black ao acusá-lo como vilão. É o mesmíssimo conceito, porém mais interessante por tratar-se de uma criança que não possui intenções malignas. Clássico jogo do vilão mal compreendido.

Colocar Credence justamente no ambiente que prega a destruição completa de sua natureza é um jogo inteligente de tornar o personagem complexo em poucas cenas. Poder de síntese excelente. Porém, enquanto acerta aqui, Rowling erra bastante com Percival Graves, encarnado pelo ótimo Colin Farrel que busca inspiração no seu papel de In Bruges.

Rowling falha em dizer quem é Graves, qual seu ofício e onde ele se encontra depois que é revelado, no melhor estilo de A Pedra Filosofal e Cálice de Fogo, que o personagem na verdade é Gerardo Grindelwald, interpretado por Johnny Depp. São muitas pisadas na bola com esse personagem, mas, ao menos, ela é competente em expor sua motivação clichê em poucas frases. Novamente, teremos um combate clássico sobre visões extremas da mesma opinião.

Xavier vs. Magneto. Dumbledore vs. Grindelwald. Mesmíssimo conflito. Sobre a escolha da não supremacia da bruxandade sobre a humanidade trouxa.

Também é curioso notar que Rowling insere, timidamente, como diversas políticas do Macusa são retrógradas em relação ao trato com os no-majs – algo similar ao que prega Voldemort, aliás. Mas por se passar em 1926, é evidente que Rowling está explorandoo progresso nas leis bruxas assim como há progresso no mundo trouxa.

Enfim chegou a hora de comentar sobre o outro lado da moeda, o quarteto protagonista encantador de Animais Fantásticos.  Nesse núcleo inteiro, mesmo que muito divertido e orgânico, Rowling abusa demais de conveniências narrativas. Coincidências narrativas e o uso diversos animais para safar os heróis de diversas encrencas são recursos utilizados a todo momento.

Enquanto é inteligente ver os bichos se portando de modo mais ativo em favor da narrativa do que antes, também é complicado notar o uso e abuso para solucionar as poucas burocracias do roteiro. Então realmente não há nada que seja gravamente ruim na narrativa criado por Rowling.

Ela acerta bastante com os seletos diálogos do grupo que mimetiza um pouco da personalidade do trio de Harry Potter. Como a narrativa se move rapidamente, exigindo as sequências divertidas das capturas dos animais fujões, são poucos os momentos onde os personagens são devidamente explorados, incluindo oferecendo algum panorama de backstory.

Em diálogos oportunos, descobrimos um pouco mais da vida de Newt, do passado de aurora de Tina e dos sonhos de Jacob, a principal novidade por ser um no-maj que cai diretamente para uma realidade que desconhecia até então – mais uma vez temos um longa com a temática da Caverna de Platão presente como força narrativa.

Desse rol de novos personagens os que se destacam são Jacob Kowalski e Queenie, a irmã bela que lê mentes de Tina. Rowling acerta com excelência nos diálogos entre os dois e na figura de Jacob em geral –auxiliado muito pela excepcional verve cômica de Dan Fogler.

Boa parte da história se concentra na busca de Newt pelas criaturas que fugiram, enquanto tenta lidar com Tina que quer capturá-lo a todo custa para restaurar seu cargo como aurora. Como disse, as motivações são bem definidas para cada um deles enquanto Rowling apresenta, aos poucos, fagulhas de romances que guiarão os próximos filmes. De costume, o romance coadjuvante e proibido entre Jacob e Queenie diverte muito mais por ser baseado em personagens muito carismáticos.

Com Newt e Tina, os dois de persona mais retraída, tímida e corajosa, há outro desenlace de atração entre perseguido e perseguidor. Novamente, jogos clássicos de atração muito genuínos do cinema dos anos cinquenta e seus melodramas. Também gosto de apontar como a roteirista é feliz em definir, na mágica sequência da maleta, o amor de Newt, o magizoologista, pelos seus animais transmitindo assim uma boa dose de mensagens sensatas sobre ecologia e preservação de fauna. É brilhante explorar esses conceitos de uma comunidade bruxa ainda não tão sábia como ela pensa que é.

Apesar do pouco desenvolvimento, Eddie Redmayne configura um charme esquisitão em seu Newt Scamander mesclando tiques e andares curvados vistos em A Teoria de Tudo e A Garota Dinamarquesa. Inclusive, em uma das melhores sequências do filme, Redmayne consegue criar uma dança ritualística ridícula que não chega nem perto de ultrapassar o limiar da vergonha alheia. Tenho a impressão de que improvisou toda a impagável coreografia. É uma atuação ótima condizente com a psique retraída e fofa do personagem. Há enorme potencial aí, basta explorá-lo mais a fundo, apresentando conflitos mais pertinentes ao personagem nos próximos longas para exigir mais destaque ao protagonista que acaba eclipsado pela performance de Fogler.

David Yates e o regresso ao mundo mágico

Quando anunciaram David Yates como diretor de Animais Fantásticos, admito que torci o nariz. Já não gostava do trabalho dele em A Ordem da Fênix e custou para eu reconhecer o quanto havia crescido nos outros três filmes restantes. Porém, ante minha antipatia pela técnica dele, admito que se trata de uma das melhores direções que ele já fez em sua carreira.

Entendendo a proposta de Rowlin, Yates molda a obra para conversar com os melodramas clássicos da década de cinquenta. Mas seu melhor acerto reside na concepção visual e na encenação de todo o núcleo que acompanha o Segundo Salém. A inspiração de casting e figurino não poderia ser mais óbvia: A Tara Maldita e A Colheita Maldita.

Ao pegar essa personificação tão forte de conceitos imagéticos já tão abundantes no imaginário popular, as crianças que vivem na tutela de Mary rapidamente refletem esse conceito. O legal é que Rowling faz uma subversão, tornando o espectador preconceituoso ao já presumir que há algo de maligno e maldito com as sinistras crianças.

Aqui também há melhor trabalho da fotografia, já revelando nítidos contrastes de cor e esquemas de iluminação entre os núcleos antagônicos. Nos que acompanham o Segundo Salém, Yates e o diretor de foto, Phillippe Rousselot, apostam em planos fixos, de cor cinzenta quase monocromática castigada por luzes duras que geram sombras bem destacadas no cenário sintetizando toda a atmosfera opressiva do lugar. O mesmo se dá nos encontros quase paternais entre Graves e Credence, marcados por silhuetas que os envolvem em segredo.

Com os protagonistas, mesmo que a paleta de cores seja também opaca variando em tons marrons, a iluminação é bem mais branda e delicada. Um bom momento de iluminação excelente é concentrado quando o quarteto se reúne para jantar.

Em maior parte, Yates comporta a câmera no jeito clássico dele, a movimentando quando pode. Por outras vezes, tem melhores momentos de decupagem quando o texto exige maior deslumbre visual para encantar o espectador, resgatando aquele sentimento nostálgico das saudades daquele universo. Isso acontece diversas vezes. As mais claras são quando Tina leva Newt para o Macusa pela primeira vez – destaque para a maravilhosa trilha musical de James Newton Howard nesse segmento, e quando temos toda a sequência de apresentação de Queenie, onde ela utiliza magia para realizar diversas tarefas domésticas. Aliás, a decisão de colocar um enorme relógio indicando o grau de periculosidade do contato do mundo humano com o da bruxandade remete diretamente ao famoso doomsday clock que indica os “minutos” antes de situações catastróficas se irromperem.

São cenas que deixam o peito mais quente e, portanto, indicam como Yates está calejado nesse universo conseguindo resgatar sensações tão boas. Logo, se trata de uma escolha muito adequada, além da concepção visual, mesmo que de época, lembrar vagamente os trabalhos feitos em As Relíquias da Morte. Portanto, o espectador tem uma boa conexão visual entre as franquias.

Aliás, no quesito ação, Yates ainda é excelente conseguindo gerar uma intensa sequência de destruição e reparo em Manhattan durante o clímax – uma pena que a concepção visual do obscuro seja tão batida e reutilizada. Ao menos, todos os planos da reconstrução das áreas afetadas pela destruição são fantásticos.

Não há como não mencionar a excelente sequência da apresentação do interior da maleta de Newt, quando Kowalski é convidado para entrar – assim como o público.

É o melhor momento do filme que exibe o desempenho mais criativo de Yates até então na franquia. No uso correto de muitos planos-sequência cria uma encenação inteligente mostrando novas criaturas – feitas com design ótimo e efeitos visuais muito bons, a todo o momento para nos encantar ainda mais. Literalmente, um cena mágica que, graças a concepção visual inteligente, mesclando diversos habitats e cores vívidas no recinto, transmitem toda a sensação de refúgio e segurança que os animais sentem no santuário.

Porém, não nego que é possível um futuro desgaste caso Yates dirija todos os filmes planejados para a franquia. É nítido que esse filme é bastante deficiente no uso de simbologias inspiradas ou de metáforas visuais ricas. A única dica visual que ele oferece é enquadrar tanto Grindelwald e Graves do mesmo modo em suas apresentações já oferecendo a pista de que são a mesma pessoa. Para os fãs, o mistério é facilmente descoberto quando o vilão entrega o símbolo das relíquias para Credence.

Aliás, seria injusto terminar os parágrafos dedicados a Yates sem mencionar o trabalho estupendo em relação a timing cômico. Lembro-me bem de como a sequência de Felix Felicis em Enigma do Príncipe era impagável de tão divertida, porém a atmosfera tão depressiva dos últimos filmes não possibilitava um trabalho concentrado em comédia.

Aqui em Animais, ele finalmente pôde brilhar, pois o filme é muito engraçado. Os alívios cômicos funcionam espetacularmente, além do texto de Rowling sempre encaixar a dose humorística equilibrada em cada ato do filme. Boa parte das gags dependem do talento de Yates em traduzí-las para imagens. Ótimas sequências como as duas capturas de Pelúcio, da comédia non-sense do Zoológico do Central Park até mesmo com o flerte apaixonado das duas duplas.

Outro ponto que faço questão de frisar é o clima tão inspirado em Casablanca para o desfecho dos dois romances. Seja com Newt partindo de volta para o Reino Unido ou com Jacob se entregando para a chuva encantada com poções de esquecimento – uma das atitudes altruístas que ajudam o personagem a crescer muito. São acenos singelos ao melodrama gostoso dos anos cinquenta que casam com perfeição para conferir essa atmosfera peculiar da obra.

A Magia está de volta

É um prazer notar que Animais Fantásticos se trata de um ótimo filme, contrariando as baixas expectativas reservadas para seu lançamento. Apesar de Rowling abusar das conveniências narrativas e tropeçar ao deixar um buraco em seu roteiro, ela consegue trabalhar muitíssimo bem a maioria dos conceitos propostos mantendo a integridade de sua obra, por muito pouco que não se trata de um roteiro redondo.

Também é bem nítido que o público desse filme ainda é o mesmo que cresceu com os livros e filmes Harry Potter. Para crianças novas, talvez não se trate de uma ótima dica, mesmo contando com uma estrutura linear bem simples, de fácil entendimento, além do carisma dos animais diversos e dos personagens cativantes. Talvez haja uma falta de entendimento maior nesse universo para os novatos, o que pode acabar incomodando, mesmo que a história seja forte o suficiente para entreter.

Entretanto, para os órfãos da saga, não há dica melhor. Yates, Rowling e o fantástico elenco conseguiram trazer a magia de volta aos cinemas. E lhes afirmo, já estava mais que na hora do consagrado retorno da franquia mágica que deixou muitas saudades quando partiu da encantadora plataforma 9 ¾ há cinco anos. Querendo ou não, é impossível ficar indiferente tamanha magia que esse filme carrega.

Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beasts and Where To Find Them, EUA/UK – 2016)

Direção: David Yates
Roteiro: J.K. Rowling
Elenco: Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Dan Fogler, Colin Farrell, Ezra Miller, Jon Voight, Alison Sudol, Carmen Ejogo, Johnny Depp
Gênero: Aventura
Duração: 133 min

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Publicado por Matheus Fragata

Editor-geral do Bastidores, formado em Cinema seguindo o sonho de me tornar Diretor de Fotografia. Sou apaixonado por filmes desde que nasci, além de ser fã inveterado do cinema silencioso e do grande mestre Hitchcock. Acredito no cinema contemporâneo, tenho fé em remakes e reboots, aposto em David Fincher e me divirto com as bobagens hollywoodianas.

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