A partir dos anos 1970, com o surgimento de blockbusters no mundo do cinema, começaram surgir também continuações de filmes de sucesso. O mundo do entretenimento percebeu que era possível usar o sucesso que uma obra conseguiu, tanto financeiramente como em recepção da crítica, para fazer uma parte 2 da história, e tentar mais um êxito. Essa ideia se mantém em pé até hoje,e graças a ela vários filmes incríveis tiveram sequências dignas, e algumas até melhores que o primeiro longa. Em outros casos, ocorreu justamente o contrário, e deu ao público a impressão que era melhor ter feito apenas uma obra, e pronto. Vamos falar sobre alguns desses tristes casos.
TUBARÃO 2,3 E 4
Quando lançado em 1974, Tubarão fez história. É considerado por muitos o primeiro blockbuster do cinema, devido ao grande apelo que teve, se tornando um fenômeno cultural. O filme abriu as portas para grandes produções em Hollywood, e também foi a obra que colocou Spielberg no centro das atenções. O longa teve um final perfeito, e não era necessário ter uma continuação. Mas não foi isso que os produtores pensaram, e 4 anos depois decidiram lançar Tubarão 2.
Dirigida por Jeannot Szwarc,visto que Spielberg não estava nem um pouco interessado em fazer uma sequência do filme que ele considerava o ” definitivo sobre Tubarões”, a sequência mostrou-se um terror totalmente genérico, que tentava imitar a nova onda de ” terror adolescente” que estava surgindo, um roteiro com uma premissa maluca ( Tubarão vingativo? Oi), e uma direção que tentava imitar o estilo de Steven( sem sucesso, obvio), Tubarão 2 se mostrou um filme totalmente vazio e esquecível.
Mas o sucesso de bilheteria, fez com que o estúdio apostasse em mais 2 sequências, que nem prefiro falar de tão intragáveis.
O CHAMADO 2
Remake do filme japonês de mesmo nome, O Chamado de Gore Verbinski conseguiu ser muito superior ao filme pelo qual foi baseado. Com elementos técnicos bem feitos, e um clima sobrenatural e psicológico bem orquestrado, o longa recebeu ótimas críticas, e fez uma ótima bilheteria, e fez com que diversas refilmagens de filmes japoneses começassem a acontecer. E como sabemos, filmes de terror com boa arrecadação na grande maioria dos casos acaba ganhando uma continuação, e o foi o que infelizmente aconteceu com O Chamado.
Lançado em 2005, O Chamado 2 foi dirigido pelo autor da versão japonesa daqui o primeiro filme se baseou, Hideo Nakata, o que deixou o público otimista. Otimismo que morreu no lançamento da obra. Com uma direção exagerada, que não lembrava em nada o cuidado que Verbinski teve na construção do filme anterior, e com um roteiro extremamente sem sentido, o filme se mostra totalmente genérico e esquecível, e matou qualquer chance de se fazer, quem sabe, uma trilogia.
O filme é tão ruim, que até os espíritos se incomodaram, visto os vários casos estranhos que aconteceram durante a filmagem. Nakata teve que organizar uma cerimônia religiosa para purificar o lugar. Ele deveria ter pensado numa cerimônia para que sua direção tivesse sido boa, podia ter dado certo.
HOMEM ARANHA 3
Sam Raimi foi responsável por dois dos melhores filmes de heróis da história. Homem Aranha e Homem Aranha 2 são obras inesquecíveis, o segundo então é uma obra prima do gênero, sendo facilmente colocado em um TOP 3. Raimi teria, em 2007, a chance de fechar a sua trilogia de uma maneira icônica, e talvez fazer uma das melhores da história. Porém, o que era pra ser um algo incrível, se tornou uma decepção.
A Sony, produtora do filme, decidiu intervir na obra e tomou decisões que desagradavam ao diretor – por exemplo, a inclusão do vilão Venom – e parece que Raimi não gostou nada disso. É perceptível o desconforto deste, visto que a direção de Homem Aranha 3 não lembra em nada ao que foi feito nos filmes interiores. O roteiro então, consegue ser ainda pior, extremamente inchado e com as suas premissas totalmente mal desenvolvidas.
O filme acabou tendo um resultado apenas mediano e uma bilheteria abaixo do esperado. Mas ainda sim, foi dinheiro suficiente para que a Sony decidisse fazer um quarto filme. Porém, após desentendimentos entre a produtora e Raimi, o projeto foi cancelado, e decidiram fazer o reboot de 2012.
PSICOSE 2
Uma coisa que Hollywood nos provou em todos esses anos, é que ao mesmo tempo que pode ser um lugar onde surgem idéias incríveis, é também um lugar onde podem surgir as idéias mais estúpidas do mundo. Eu realmente queria saber quem achou que seria uma boa ideia fazer uma sequência de Psicose, clássico supremo do terror e que definitivamente não deixou nenhuma abertura para nenhuma continuação. Mas como nós já sabemos, a ânsia por lucro das produtoras as fazem apostar em idéias que sabemos estão fadadas ao fracasso, e foi o caso.
O filme é uma tentativa de juntar o suspense hitchcockiano, com o estilo de terror que estava em alta nos anos 80, como disse um famoso crítico americano, parece que um bando de estudantes de cinema decidiu revirar o mausoléu de Alfred. O filme não assusta, não tem tem boa atmosfera, e a única coisa boa que existe são as homenagens ao longa anterior, que a equipe criativa ao menos tem o conhecimento de que nunca vão superar.
Alguns até elogiam a obra, e dizem que ela é bom entretenimento. Da minha parte, acho que algo completamente descartavel, e que nunca deveria ter acontecido. Para completar, ainda teriam 2 continuações, e um atroz remake em 1998. O corpo de Hitchcock nem revirou mais no tumulo, e sim deu um twist carpado.
EXORCISTA II- O HEREGE
Psicose não foi o primeiro filme a sofre com uma sequência abaixo do esperado. O primeiro filme que sofreu com isso foi o até hoje considerado melhor filme de terror da história, O Exorcista, a obra tão assustadora que fez as pessoas passarem mal e vomitar nas sessões de cinema (falo sério). Visto o tamanho do sucesso adquirido pela obra, os produtores decidiram que a menina Regan Macneil não havia sofrido o suficiente, e decidiram fazer uma continuação.
Devo dizer, a unica maldade que existe nesse filme, é o fato dele ter sido feito. É uma obra sonolenta, que não assusta, que não é ousada, e que tem um roteiro extremamente mal elaborado , com situações que são totalmente inúteis a trama ( algo previsível, visto que tinha sido reescrito 5 vezes). É sem dúvida nenhuma uma das piores continuações já feitas, e que quase conseguiu manchar o trabalho grandioso que foi feito na obra anterior.
Igualmente ao que aconteceu em O Exorcista, essa película teve diversos problemas de produção. Os gafanhotos importados da Inglaterra que seriam usados no filme morreram devido as mudanças climáticas. Membros da produção ficaram doentes. E as tentativas de filmar em locais usados no filme original não aconteceram por divergências com autoridades. Parece que existia alguma força do além querendo impedir esse filme de ser feito. Infelizmente, não conseguiu.
CONAN, O DESTRUIDOR
A adaptação do famoso personagem da literatura pulp, Conan- O Barbaro,lançada em 1982, se tornou um grande sucesso entre o público jovem. A retratação de um herói que acredita somente no seu potencial e na sua força de vontade, e a alta quantidade de ação dentro da trama, fizeram o longa se tornar querido na cultura pop. E ainda por cima, fez o Arnold Schwarzenegger alcançar o estrelato. Apesar disso, o filme desagradou a muitos críticos, devido ao teor individualista e o alto teor de violência, e também a alguns fãs do quadrinhos do personagem. Mas no final das contas, para os produtores o importante foi o dinheiro arrecadado, o que garantiu uma sequência em 1984, Conan- O Destruidor.
Se para o filme de 1982 foi possível encontrar muitos defensores, para a continuação não foi o caso da continuação. Parece que o diretor Richard Fleischer decidiu dar ouvido as críticas, e fazer um filme mais leve. Além de não agradar quem já não tinha gostado do primeiro, conseguiu ainda irritar os fãs que tinha conquistado, ao fazer um filme extremamente bobo, estúpida e que faz qualquer um que assiste morrer de tédio. Uma pena
ROCKY V
Com um primeiro filme lendário, e com 3 sequências dignas do primeiro,Rocky tinha uma franquia bastante sólida no cinema. Até que tudo veio por água abaixo em 1990, com o lançamento de Rocky V. De inicio, os fãs até tinham esperança de algo bom, visto que o diretor do primeiro filme, John G Avildsen, iria retornar. Além disso, teríamos nesse filme de volta também todos os atores da trama original, inclusive Burgess Meredith como o rabugento Mickey ( em flashback) . Mas a animação se transformou em profunda tristeza.
Apesar da direção de John ter bons momentos, ela não consegue fazer muita visto o péssimo roteiro de Stallone. Com uma premissa totalmente mal elaborada, tipo a família voltando a ser pobre, com um drama digno de novela mexicana, e uma completa descaracterização dos personagens, com intenção de trazer de volta a atmosfera inocente do primeiro filme e jogando fora todo o trabalho feito nos 4 longa anteriores, faz com que a trama se torne algo desinteressante e tedioso. Para piorar, temos também as péssimas atuações de Tommy Morrison e Sage Stallone, que tem tanto carisma quanto uma pedra.
O fracasso da obra fez com que a franquia terminasse de uma maneira melancólica. Demorou muito tempo para Stallone perceber que não tinha sido um final justo, e decidiu retorna-la com dois bons filmes, Rocky Balboa e Creed.
A MOSCA II
Remake de um famoso filme de ficção, A Mosca virou um clássico do cinema de terror gore,e apesar de ter envelhecido um pouco mal, ainda possui uma grande legião de fãs. E mais uma vez, temos um filme que nunca pediu uma continuação (a personagem de Gena Davis ter terminado a película grávida não era motivação suficiente pra isso) e que Hollywood poderia ter feito um favor a todos nós se tivesse deixado ele quieto. Mas, como eu havia dito, filme de terror que faz sucesso é certeza que vai ter uma sequência, ao menos é isso que temos visto há pelo menos 30 anos.
A Mosca II seguiria a mesma ideia do primeiro filme, só que dessa vez o afetado seria o filho do doutor Seth Brundle (Jeff Goldblum) só que com a idéia de trazer um gore mais elaborado e com efeitos melhores. O resultado foi um filme desinteressante, com uma direção sem charme algum, e atuações fracas. É isso que acontece quando você faz uma sequência de um filme do David Cronenbeg, sem o David Cronenberg. Mas também, ele não foi de muita ajuda ao deixar essa pequena abertura, que foi a gravidez de Ronnie, que logicamente os produtores iriam explorar.
BUSCA IMPLACÁVEL 2
O primeiro Busca Implacavel é um filme feito para amantes de filmes de ação dos anos 80, como por exemplo Cobra, Duro de Matar, Maquina Mortífera entre vários outros que foram famosos naquela década. Temos muita ação, tensão, e um roteiro que é bem eficiente em mostrar o submundo da Europa, onde garotas são sequestradas para virar escravas sexuais. E temos Liam Neeson fazendo um trabalho eficiente como o herói durão e porradeiro.
O sucesso financeiro garantiu uma continuação, e que foi totalmente diferente do primeiro longa. Com um roteiro totalmente genérico ( vingança, uau!) e com uma exceção de clichês, com cenas de ação que não eram nem um pouco tão boas quanto a do primeiro filme, e Liam Neeson agora atuando totalmente no automático, Busca Implacavel 2 era uma decepção para quem aguardava um filme que nos trailers prometia ser tão bom quanto o anterior.
Para piorar, ainda tivemos uma parte 3, que foi ainda pior. Depois desse segundo fracasso, parece que Neeson tomou uma dose de semancol e desistiu de fazer um quarto filme.
GOLPE DE MESTRE II
Junte o charme de Robert Redford e Paul Newman, a direção segura de George Roy Hill, e o roteiro inovador David Ward, e você terá Golpe de Mestre, um dos grandes clássicos dos anos 70. A grande química entre os dois atores principais, uma direção competente que sabia misturar cenas de suspense com humor, e um roteiro que trazia diversas reviravoltas, é um filme de uma época na qual não importava qual era a temática, a equipe criativa se preocupava em fazer um trabalho eficiente.
10 anos depois do lançamento, por alguma razão que foge ao meu conhecimento, o estúdio decidiu lançar uma sequência que não contaria com Newman e Redford, e sem direção de Hill, apenas com Ward no roteiro. Nem preciso dizer né? O fato de quase ninguém saber da existência dessa obra atualmente diz muito sobre a sua qualidade. É melhor deixa que ela continue no ostracismo, vai ser melhor para todos.
POLTERGEIST II- O OUTRO LADO
Poltergeist é um clássico do cinema de terror, e considerado por muitos um dos melhores filmes dos anos 80. Apesar de uma história simples, o filme chamou a atenção pelos seus efeitos técnicos, que eram incríveis, e que conseguiram criar uma boa atmosfera. Inclusive isso gerou uma polêmica atualmente, na qual muitos afirmam que foi Spielberg, o produtor do longa, que foi o real diretor, e não Tobe Hooper, visto que o estilo lembrava muito filmes anteriores daquele. Porém, não vamos discutir isso aqui.
Enfim, o filme foi sucesso de bilheteria, e vocês já sabem né? O estúdio decidiu fazer uma sequência, e trouxe de volta todo o elenco do primeiro longa. Hooper e Spielbeg não voltaram, pois estavam ocupados demais trabalhando em filmes que não eram apenas caça niqueis, o que basicamente Poltergeist II é.
Um roteiro sem sentido, com elementos extremamente forçados ( tem xamanismo na parada) para tentar não parecer igual ao primeiro, com uma completa mudança de tom, o que trouxe alguns momentos bem thrash, Poltergeis II é um dos muitos exemplos porque alguns clássicos deveriam ser deixados em paz, e se não for o caso, contrate uma equipe que seja tão boa quanto a do primeiro filme. Para piorar a situação, ainda tivemos um terceiro filme, que é melhor nem falar.
TRANSFORMERS-A VINGANÇA DOS DERROTADOS
Quando iniciada em 2007, a franquia Transformers até que não fez feio. Michael Bay no primeiro longa da série, nos fez lembrar do diretor no inicio da carreira, na qual produziu dois pipocões extremamente divertidos ( A Rocha e Bad Boys). Temos uma obra que não é apenas efeitos especiais e ação exagerada, e é possível ver uma alma dentro disso tudo. Isso garantiu uma crítica mista/positiva e boa aceitação do público.
Infelizmente, o que tinha de bom na primeira obra, se perdeu completamente em A Vingança dos Derrotados, que não se preocupa nem um pouco com a história, e sim apenas com explosões e robôs se destruindo. E a coisa ficou ainda pior nas 3 sequências que se seguiram.
ROBOCOP 2
Em 1987, Paul Verhoeven trazia para Hollywood sua segunda obra dentro dos Estados Unidos, e que se tornaria adorada. Robocop-O Policial do Futuro trazia uma visão pessimista e satírica do mundo do amanhã, no qual o capitalismo em seu estado mais selvagem, transformou a cidade de Detroit em um mundo dominado pela violência e corrupção. Sem contar que a direção de Verhoeven é extremamente elogiável, ao saber misturar drama com a ação com violência gráfica.
Se Robocop é um filme que causa discussões até hoje, o mesmo não pode dizer da sua sequência. Apesar de ainda contar com as sátiras ao mundo capitalista, o roteiro não consegue organizar tão bem as idéias como no primeiro, e a direção das cenas de ação são extremamente fracas, visto que Verhoeven não fora o responsável pelo segundo filme, e sim Irvin Keshner, que parecia completamente perdido dentro do longa.
O filme foi um fracasso de bilheteria, o que não impediu que acontecesse ainda um terceiro longa ( porque, Deus?), ainda pior, e que com um fracasso mais retumbante.
INSTINTO SELVAGEM 2
Mais um filme de Verhoeven na lista, e uma de suas obras mais polêmicas. Instinto Selvagem, quando lançado em 1992, foi mal recebido por alguns devido a grande quantidade de nudez e de violência explicita. Entretanto, conquistou sua legião de adoradores, tanto entre crítica e público, devido ao bom suspense orquestrado pelo diretor, que remetia muito ao clássico Um Corpo Que Cai de Hitchcock, e pela belíssima atuação de Sharon Stone.
14 anos depois, foi realizada uma sequência, que se não fosse a presença de Stone, provavelmente teria sido lançado diretamente em vídeo. Vejo dois problemas em Instinto Selvagem 2. Primeiro é o fato de Paul Verhoeven não voltar para a direção, e é muito difícil tentar imitar o trabalho de um diretor tão conceitual. Segundo, é que parece que o filme foi feito apenas para fazer com Stone voltasse a ser uma atriz lucrativa, o que não acontecia há tempos.
Não sei o que é mais vergonha alheia: ver uma atriz de quase 50 anos, ainda que mantenha sua beleza, tentar ainda se mostrar como sedutora ( e falhando miseravelmente), ou ver que a trama da obra era tão ridícula e tao previsível, e que de suspense não tinha nada. Os 7% no Rotten foi bem merecido.
A CHAVE DO ENIGMA
Faltam palavras pra definir Chinatown. Verdadeiro clássico do cinema, um dos precursores do gênero Neo Noir, um roteiro com grandes reviravoltas e que mostrava Los Angeles não como uma cidade dos sonhos, mas como uma cidade de interesses, uma direção sublime de Roman Polanski, que trazia um belo suspense e também um drama psicológico, e para finalizar atuações sublimes de Jack Nicholson, Faye Dunaway e John Huston.
Agora a pergunta, por tudo que Chinatown havia conquistado, porque fazer uma sequência que poderia prejudicar o original? Ainda mais que não contaria com Polanski na direção. Melhor perguntar para Nicholson, porque ele foi o idealizador de A Chave do Enigma, sequência do grande clássico. Inclusive ele seria o responsável pela direção do projeto.
Se tentar forçar muito, o filme funciona como uma boa homenagem ao seu antecessor. No mais, é totalmente chato, confuso, e totalmente esquecível. As criticas fracas, e a bilheteria ainda mais fraca, fizeram a idéia de um terceiro filme ser descartada. E todos nós somos gratos por isso.
OS EMBALOS DE SÁBADO: A NOITE CONTINUA
Os Embalos de Sabado a Noite é um dos filmes mais inesquecíveis dos anos 70. Ao mesmo tempo que mostrava os conflitos da vida dos jovens, que não sabem qual caminho seguir, além da pressão familiar, mostrava também cenas de danças memoráveis e até hoje imitadas. Foi responsável por aumentar a popularidade da disco music, e fazer com que John Travolta alcançasse o estrelato.
Em 1983 aconteceu o inesperado, o filme ganhou uma sequência, sem uma mínima razão coerente para tal. E para ” melhorar ” a situação, Sylvester Stallone foi escalado para dirigir e roteirizar a obra. Acho que já da pra ter uma idéia do que aconteceu, não é? Uma obra vazia, sem nenhum drama real, e com momentos de total vergonha alheia. É considerada por muitos uma das piores sequências de todos os tempos, e com razão.
U.S. MARSHALLS
Sendo indicado a 8 oscars, O Fugitivo foi um dos grandes filmes de 1993. Com um roteiro que aparentava ser bastante clichê, o longa foi uma grata surpresa, devido a consistente e ágil direção de Andrew Davis, que hora nenhuma perde o compasso, sabendo construir bem o suspense e fazendo o público se envolver ,e também as grandes atuações de Tommy Lee Jones e de Harrison Ford.
Visto o destaque o personagem de Tommy Lee teve na obra, muitos acabaram pedindo uma sequência na qual seu personagem, o delegado Samuel Gerard, fosse protagonista. E a continuação aconteceu, em 1998, chamada de US Marshalls e muitos imaginavam que a essência do primeiro seria mantida, e que talvez acontecesse algumas melhorias para incrementar. Porém, acabou que o resultado foi decepcionante
O filme é ação totalmente genérica e sem sentido, e sem a mínima profundidade no trabalho dos personagens. Uma total oportunidade perdida,e acredito que fez com que muitos que desejaram essa continuação se arrependessem amargamente de a terem desejado
A BRUXA DE BLAIR 2-LIVRO DAS SOMBRAS
Quando lançado em 1999, A Bruxa de Blair se tornou um dos filmes de terror mais queridos. Sendo filmado como pseudo documentário, o filme chamou a atenção pelo seu estilo inovador de filmagem, e pela boa construção de suspense. Se tornou um sucesso gigantesco de cinema, arrecadando 4200 vezes mais do seu orçamento. E ainda fez com que o gênero found footage ganhasse fama.
Vocês já devem estar cientes né? Filme de terror, sucesso financeiro, logicamente isso acabaria por trazer uma sequência, e infelizmente trouxe, A Bruxa de Blair 2-O Livro das Sombras, projeto que pode ser definido como a personificação da palavra caça níquel, pois não se preocupou hora nenhuma com a qualidade, e sim apenas surfar no sucesso do filme anterior.
Apesar de trazer uma premissa interessante, a execução foi péssima. Temos um longa totalmente artificial, que muda totalmente o tom do primeiro filme, e transformando este em um terror adolescente genérico. Temos um roteiro bagunçado e totalmente furado, e para completar atuações péssimas.
O Livro Das Sombras nos trouxe uma lição importante, e que parece que muitos ainda não aprenderam. Nem toda idéia original merece virar uma franquia.
O FILHO DE MASKARA
O Maskara foi uma grata surpresa no ano de 1994. Protagonizado por um Jim Carrey não tão famoso na época e por uma desconhecida Cameron Diaz, e com uma trama baseada em um quadrinho fora do Mainstream, o filme tinha tudo para para passar despercebido. Mas a ideia da equipe criativa de transformar uma hq violenta e de humor negro em um filme de humor escrachado deu muito certo, e o filme foi um grande sucesso.
O filme acabou gerando uma animação que seguiria a continuidade do live action, mas ainda assim os fãs pediam uma sequência para o cinema, e ela iria acontecer. Porém o fracasso de Ace Ventura 2, fez com que Carrey desistisse de fazer sequências, dizendo que não seriam um desafio a sua carreira (ele deveria ter continuado pensado assim, ai não teríamos tido Debi e Loide 2).
Então, 11 anos após a obra original, lançou-se o filme O Filho do Maskara, que não trouxe nenhum personagem do trabalho posterior. O que já trazia sentimentos ruins, visto que Jim Carrey foi o principal responsável pelo sucesso de O Maskara. Porém, ao assistir a continuação, o sentimento ruim se transforma em náuseas, tamanha tragédia que é essa obra.
Totalmente sem graça, e com atuações patéticas, O Filho do Maskara é um daqueles filmes que não consegue agradar ningúem, e todos que assistem ( como eu) tentam com todas as forças esquecer que perderam 90 minutos das suas vidas com essa película
VELOCIDADE MÁXIMA 2
Velocidade Máxima é um dos filmes queridos dos amantes da sessão da tarde, e também um dos filmes mais queridos dos anos 90. Com um título que resume o que é o longa, temos uma obra que sabe manter a tensão do inicio ao fim, e que só é possível recuperar o fôlego quando chegam os créditos. O ponto negativo é a atuação sem expressão de Keanu Reeves, algo que se tornaria constante em sua carreira, mas que não atrapalha.
Mas apesar de sua característica inexpressividade, temos que parabenizar por Reeves por sua inteligência e conhecimento sobre cinema. Isso foi de muita utilidade para o ator quando ele viu que não era boa ideia participar de Velocidade Máxima 2, uma das piores sequências já feitas, quiça a pior. Sandra Bullock parece que não foi tão esperta, e decidiu voltar para a continuação, algo que acredito ela nem deve saber porque fez.
Com um roteiro que praticamente imita o original, e que apenas troca um ônibus por um navio, o que já é uma ideia descabida, visto que navios não conseguem alcançar uma velocidade tão grande, com cenas de ação que não animam, e atuações lamentáveis, Velocidade Máxima 2 é uma grande, e cara, barca furada. É difícil de imaginar que desperdiçaram mais de 100 milhões nessa tragédia.